quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Eu, a chuva e o tempo

Uma poltrona sob uma meia luz.
A chuva caindo lá fora vai limpar tudo.
O olhar vago, imaginando a água do céu encontrar o mar.
O asfalto molhado quase invadindo a janela.
Às vezes faz frio. De repente bate um calor.
A vida está assim. Em doses suaves de alegria, em hematomas de amor.
Se eu ligar o som vou parar de ouvir o barulho das águas.
O silêncio está se encarregando de musicar. 

Não sei como vim parar aqui. Onde foi que perdi o tempo?
Meu livro tem páginas brancas demais.
Meus calos me largaram sozinha aqui nessa sala. 
E não tenho muito nada além de mim mesma para seguir adiante. 
Tudo ao redor é tão vazio que já não sinto meu corpo.

Nenhum convite para hoje...
A não ser esse tempo, sozinho como eu, a me acompanhar.

Feliz 5774!

"Na segunda eu começo a dieta". 
"Mês que vem economizo".
"Até o final da semana eu faço isso".

Assim vamos adiando a vida. Empurrando com a barriga, esquecendo que os processos pelos quais não queremos passar são a parte mais importante do sucesso.

Tem vezes que precisamos mesmo de uma desculpa e de fingir que tudo está ok como está. 
O medo de encarar a mudança e de reconhecer os próprios defeitos pode ser uma "saída do armário" pra muitas pessoas.
Vivemos presos em nossas convicções e pensamentos sem nem sermos às vezes aptos a perceber isso. 
Mas algum dia sempre chega a hora de a ficha cair, do "começar na segunda". De sair da prisão que é sermos os mesmos todos os dias.
Reclamamos da rotina e não lembramos que a única certeza do nosso dia a dia é que nós mesmos estaremos nele. 

Mas se o desafio de começar é o começo propriamente dito, quero aproveitar esse novo ano para fazer as minhas promessas! 

Prometendo sair dos meus armários, quebrar minhas certezas, questionar minhas verdades e minhas atitudes.
Sem medo de nada, dando a cara ao tapa.

A vida é bem melhor ao vivo.
Shana tova umetuka!