quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Altar do culto


O sujeito a quem dedico
A quem proclamo
Que me inspira
Que faz com que eu respira.
Esse sujeito que não sei se fico
Ou se de uma vez amo
O talzinho que nunca nada diz
Fica com cara de "bem que se quis".
Esse cara, sei lá, sabe...
Um dia ele ainda se abre
E vem deixar que eu o leve
Nem que seja só num breve.
Esse sujeito podia sair do anonimato
Dar a mão em um só ato.
Esse sujeito oculto.
Que em sonho culto
Sozinha em um altar.

Re me tente


Minhas cartas remetidas ao vazio
Assim como suas páginas
Em branco puro, sem sequer uma lágrima de tinta.
Não há correio do amor.
O destino se encarrega de devolver?
Não há quem possa acusar recebimento,
Ou dizer: "mudei de endereço. Não me procure mais".
Pra onde posso enviar a mensagem?
Não há destinatário.
Não há.
E o que será do meu coração,
Nessa comunicação de um só,
Em que palavras já se esgotaram de tanto não serem ditas?
Cadê a pena?
minha caneta nem escreve mais...
Sei que em algum lugar do mundo
Deve haver... Espero haver...
Quero haver...
Alguém do outro lado do meu mundo.