quinta-feira, 27 de maio de 2010

Abstinência

Depois de dez dias,
acho que posso dizer.
Que toda essa agonia
serviu pra reconhecer
que eu de verdade não gosto
nem um pouco desse você.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Promessa

Juro que não falo mais sobre aquilo!

Ou isto, ou aquilo

Ou não tô nem aí.
Ou morro pelo que não vivi.

Assumo

De todas as raivas,
Em todos os arrependimentos
E a cada desculpa,
Tenho sempre que reconhecer
Que a dona de toda essa culpa
É fruto destes loucos sentimentos.

Não, acredite, nunca é você...

Sabedoria

Aprendi que a dúvida pode ser uma das melhores amigas da vida.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Iré a São Paulo un día

"No he dominado nada
tuyo, nada de ti
se me ha rendido, estás
como te conocí,
y si te doy la mano

o te rodeo con ella
la cintura, me cuesta
todavia acoplarme
a tu temperatura,
porque te temo aún.

Vienes de una ciudad
febril como me gustan,
sin pausas y sin cielo,
una ciudad que no
descansa de su angustia,

iré a São Paulo un dia
a devolverte algo"

Fabio Morábito

terça-feira, 11 de maio de 2010

Zéfini II

De todas as faltas,
Da ausência que senti,
Da presença que não esteve.
Da procura não encontrada,
Da busca ignorada,
Do desejo renegado,
De você não ser meu namorado.
De tudo isso que não tive
Do que sinto mais saudades
Não é desse passado.
Mas de todas as histórias de amor
E de todo os presentes que eu não vivi.

Inversamente proporcional

Ao final, quem mais pediu pela paciência foi quem menos a teve.

Zéfini

Não quero ser sua amiga.
Não quero saber de você.
Vou fingir que nunca senti nada.
Se eu não sou sua namorada,
Prefiro ter a sua vida ignorada.
Não posso mais fingir.
Nem sei de onde vem agora tanto autocontrole.
Mas não quero mais saber de você.
Acabou qualquer memória.
Qualquer chance de uma nova velha história.
Cansei.

Só a mãozinha

Qual a culpa pelos erros do coração?
Se eu pagar por eles, recebo o seu perdão?
Prometo não repetir!
Me dá a sua mão?
Só uma vez, deixe-me fazer o que preciso com você.
Submeta-se sem medo.
Vou devagarinho...
Não vai doer.

domingo, 9 de maio de 2010

3 palavrinhas

- Oi?!

- Oi, tudo bem?

- É. E você?

- Faz tempo, né.

- Faz... Muito.. Uns dez anos?

- Ou mais. Foi quando eu

- É. Mais ou menos por aí.

- De aliança?

- Só de vez em quando.

- Hehe... Agora?

- Sim. E você? Dedo limpo?

- É. Eu nunca.

- Sempre soube. Você não é desses...

- Não entendi.

- Assim, meio pra casar...

- Como é?

- Deixa pra lá.

...

- Hunpf.

- Você não vai?

- Pode ir na minha frente.

- Primeiro as damas.

- Olha... Eu preciso dizer

- Não precisa. Não adianta dizer mais nada.

- Eu sei, mas é que você nunca...

- Eu sei. Não tem problema.

- E se for só no quando em vezes?

- E pode isso?

- Poder, não pode não. Mas...

- Será que dá problema?

- Quero muito.

- Eu também.

- Posso tirar?

- Deixa que eu tiro.

...

- Eu esperei tanto...

- É...?

- Só 3 palavrinhas...

- Não diga nada...

- Não vou dizer.

Achada

Dedo na boca.
Pés no chão
Novos sorrisos
Nessa multidão.

Eu que tava perdida
No meio da confusão
Descobri a saída:
Não choro mais em vão.

Felicidade V

A felicidade está 5 anos abaixo, e não 5 anos acima.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Pronto, falei!

Morro de medo dessa nova realidade.

Lei da recompensa

Quando criança ninguém me avisou.
Que muita gente no mundo não age nem pensa
Como na lei da recompensa.
Uns ficam apenas esperando vir
Tudo que o outro pode dar em sua mão.
E nem levantam do colchão.
Tem aqueles que não querem saber
E quando simplesmente dá na telha
Te colocam assim, sentada na grelha!
E ainda existe aquele que diz
Que resta um pouco de vontade
Nesse negócio de dar e receber.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Reconhecimento

Às vezes só o que resta é reconhecer: parabéns pela paciência!

2667

Amor. Anos bons sem uns. Às vezes cons... Quero mais.

Vocabulário

Nas memórias das minhas palavras, procuro novos fonemas pra dizer ao mesmo sujeito tudo que disse mas não pude dizer.

Pedido calado

Falta de palavras.
Quem me dera não ter nada a dizer.
Quem me dera ter o silêncio na boca
e a alma calma.
Faltam palavras...
Mesmo quando falo além da conta,
Sempre sobra algum conto calado.
Fica aqui do meu lado,
que eu explico como vai ser:
Gosto muito de você!
Quer ser meu namorado?

Nua

Palavra seca, crua sem floreios, direta, sem emoção, caída ao chão.
Sem metáforas, ou discussão.
Sem margem à dupla interpretação.
Sem deixar rastro nem levar a outra ação.
Apenas a palavra, nua crua, suada.
Direta. Saída da boca. Fechada.

PH

Cansei de ph ácido. Agora só tomo leite básico, de fácil digestão.

Dia do fico

Não volte.
Deixe tudo como está.
Nessa realidade que eu já sei lidar.
Brincando feliz de sonhar.

Não volte.
Não arranque de mim o que é meu.
Finja que o erro não aconteceu,
Entre mim e você foi mais o que se deu.

Não volte.
Se não for pra mim.
Se não é pra ser assim...
Fique bem longe ou diga logo sim!

Ok. Volte, então!
Diga qualquer coisa ao meu coração.
Mesmo que seja um não.
Acabe com essa aflição.

Volte de uma vez!
Faça comigo o que nunca fez.
Vamos viver sem sensatez!
Quero ser feliz com você...

Medo

Medo de não ser tanto...
E de ser tanto demais.

Humm

Ao invés de três, posso dizer quatro palavrinhas?

Desesperação

Ai, que aflição!
Meu coração na mão,
Minha ânsia igual a um vulcão
Meus pés que não tocam o chão!
Cadê você? Que não diz sim,
Mas também nunca diz não?

Vamos assassinar a ilusão!
Acende logo esse canhão!
Não aguento mais indecisão!
Acaba de uma vez com a obsessão!
É tanto tanto que nem dá pra falar,
Só consigo fazer exclamação!

Ai, deus, que aflição!
Vou arrancar fora meu coração
Dizer que não adianta, não tem solução!
Que ele pode chorar, mas não tem mais paixão.
Nem mesmo às vezes um leve tesão.
Preciso parar de apertar o botão!