terça-feira, 13 de janeiro de 2015

No bolso

Queria ler o livro
Que ta dentro da cabeça
"Não se esqueça daquele dia"
Eu te diria assim sem nada
Com uma voz quase apaixonada
De quem não sabe bem o que faz.
Mas acho que não dá mais
"Não sei o que acontece com você"
Talvez seja meu medo de perder
Não você mas a juventude 
Que vai embora de jeito qualquer 
Com bem ou mal me quer
Sei lá, sabe, assim
Eu pra você e você pra mim
Parece meio baboseira
"Sabe que isso é asneira"
Você trocaria a palavra
Só pra dizer a sua e não a minha
E a gente um dia se alinha 
Nesse eterno "não temos nada"
"Eu nunca quis ser sua namorada"
E a verdade é que digo sem saber
Se eu poderia mesmo dizer
Que isso tudo é mentira
Que prefiro ficar assim só
Pra que eu sempre tenha um novo nó
Pra começar a desfazer.
Eu não sei viver presa.
E por isso tenho pressa
De me soltar em tudo quanto é lugar!
Se você quiser vir do meu lado
Até finjo ser meu namorado
Mas a bem verdade é que quero você
Pra ser meu amante de viagem
Alguém pra me levar além
Do que minhas pernas podem ir.
Passou da hora de partir.

Yala

Eu peço pro mar trazer pra mim 
Mas eu é que deveria ir
Não dá mais pra ficar
Preciso quebrar essas ondas.
Não adianta tentar guardar o mundo
Entre as paredes desse quarto
Já é hora de dizer que parto
De um vez só sem volta
Que quero logo ficar solta
E achar mais do que quatro cantos
Ao meu redor.
Não há dor. 
É uma vontade enorme
Uma pedra presa aqui dentro
Que o mar nunca vai furar
Enquanto eu não mergulhar 
Cansei de só ficar
Quero partir de olho aberto 
Sem medo e olhando tudo 
Como se nunca tivesse visto 
A vida alguma vez antes.
Parece insensatez
Mas é só aquela coceira
Ou a borboleta do meu estômago 
Que não me deixa pensar em nada
A não ser que já é hora
Cansei, eu quero ir embora.