quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O que será?

E a curiosidade ficou na minha boca,
Na vontade de falar.
"Deixa quieto".
Calei-me. Pra sempre.
Mas sei que ainda não pra sempre.
Vou dizer de outras formas
O que finjo não ter a menor vontade de dizer.

Adeus ano novo

Secretamente, juntei dinheiro para uma passagem futura.
Meu voo com destino ao passado, não resistiu à crise presente.
Quis vender meu passaporte mas era tarde demais.
Não deu pra cancelar a viagem.

Vou passar meu próximo ano em tempo real.

Rendição

Me rendo.
Me internem.
Levem-me aonde quiserem.
Já não respondo pelos meus atos.
Desfaçam todos meus laços,
Retirem os nós da garganta
Que hoje já é dia.
Não posso viver na lembrança
Chega de nostalgia daquele.
O abraço não foi dado a mim de fato.
Prefiro morrer nesse anonimato.

Des-equilibrada

Estômago oco de vazio.
Ronco.
Coração abarrotado de sentimentos.
Ronco.

De cabeça

Assim, do nada, lembrei que ainda sei tudo de cor.