terça-feira, 16 de setembro de 2008

Das antigas...

Como posso ser plena
Se minha amargura
Não só me condena
Mas também perdura?

Se uma dor
Qualquer que seja ela
Tem este peso, este valor
Como posso sair desta cela?

Num mesmo labirinto
Tão monótono que sei
Não esqueço o que sinto...
Onde foi que errei?

Sem marcas da solução
É como se eu continuasse
A viver numa freqüente ilusão
Que, sabe-se lá,Talvez nunca passe.

Feliz

Risos. risos e mais risos...
Não sei se de sarcasmo
Ou ironia, talvez.
Mas estou achando graça
Feliz demais!
Pode ser por quê?
Auto-estima como um vulcão.
Antes foi tudo em vão
Não que agora tenha valor,
Mas tá tudo bem!
Agora não sei quem sou,
Mas não me importo também!
Chega de melancolias...
O que não me quis antes,
Não me terá depois.
A vida flui
E minhas bossas e choros
Não têm mais horas.
Quem estiver perto de mim
Que fique logo sabendo que será assim:
Submeta-se ao meu egoísmo.
Risos.

Sem

Conhecer
Conceder
Conviver.
Consertar
Conectar
Conjurar.
Conceber
Condescender
Conferir.
Confiar??
Confinar!
Configuração conflagrada do confeiteiro.
Confirmada, confessada, confusa.Condolências...

Hoje e amanhã

Viva o hoje! Não perca tempo! Faça tudo o que puder hoje; não deixe para depois. A juventude passa rápido! Quando você olhar pra trás terá passado a melhor parte da sua vida! Cansei de ouvir essas...
Cansei de seguir esses ditados nostálgicos e saudosistas que os velhos de espírito teimam em falar. E eu sigo há tanto tempo este estilo de vida acelerado, intenso, que nem percebo como existem outras inúmeras maneiras de transformar meu caminho em apenas um caminho, de fato. Às vezes pareço viver o final mesmo sem nem ter começado (!).
Aliás, não sei nem dividir minha trajetória em partes como um roteiro, uma trama. Tudo é drama. Tudo é caos. Tudo é por inteiro a todo momento – apesar de eu nunca estar de fato inserida em cada situação. Meu corpo vive a cena, mas meu sentimento só encosta o dedo na água. Não mergulha. Fica a sentir o vapor quente que contorna a piscina. O vapor não afoga...
Tentei algumas vezes mergulhar. Mas na ânsia de sair logo da submersão, acabei entrando rapidamente na água, até mesmo me queimando. E, ainda com medo de sentir falta do agradável morno, me retirei à superfície e voltei à posição externa de sauna.
O meu presente é esse eterno vapor, oscilado por breves pulos de cabeça ou fugas para a área externa.
Meu presente se separa do medo para súbitos de coragem, mas retorna ao estado absorto, cheio de reflexões e promiscuidade.Entrego meu amanhã numa consciência imatura e preocupada. Abro a mão e deixo esse amanha – fruto do meu hoje – cheio de medo. Ignoro totalmente as conseqüências de me molhar.