terça-feira, 1 de julho de 2008

Crónica sem nó

Não entendo bem porque todos os escritos e autores, cronistas e colunistas teimam em escrever suas obras a partir de uma observação da realidade. O grande diferencial de alguém apto é o de descrever em palavras uma emoção fora do exprimível. Logo, por que não descrever sobre o imaginável mundo de ficções? O plausível nem sempre é o mais aprazível...
Por todo esse pensamento sem sentido que escrevo hoje algo que nunca pensei escrever anteriormente. Um texto sem motivo, sem início nem meio, cujo fim não se dá antes pelo simples fato de ter sido escrito depois. Quando não se tem nada a falar, qualquer que seja a ordem da expressão não alternará o produto sem valor nenhum.
Na verdade, um texto sobre nada (e não sobre o nada, como o exímio Seinfeld o fez bastante em sua carreira) é apenas a prova da capacidade de envolvimento e interlocução de um autor com o seu público. Quem me dera ter a certeza de que meus pensamentos, fundados sejam ou não, tomam tempo na cabeça de várias pessoas pelo meu simples assinar no rodapé!
Pretensão, talvez? Ou não...São poucos os que já disseram tanto que até são capazes de dizer em momentos vãos umas palavras sem pranto e sem emoção. E seu um dia eu assim puder discursar, sem querer levar o leitor a nenhum lugar, feliz escritora serei – a vender best-sellers sobre o vento, ou apenas falar na tv enquanto todos esquecem seus lamentos. Por ora termino meu devaneio. E deixo em aberto todo o anseio de receber algo de volta por uma crônica sem objetivo