sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Mãos do dia

Ele segura a minha a mão como se o mundo fosse acabar.
Não sabe que não precisa apertar com toda a força que faz, mas não quero largar. O meu dia só começa a essa hora. Mesmo depois do café da manhã e de sujar as mãos no jornal.
O dia só amanhece quando ele me dá a mão.
Durante todo um hiato cujas horas correm na contramão, só penso, penso fundo, em acabar a solidão.
Ele vai estar lá ao fim do dia, mas é uma agonia esperar pelo final.
Como crianças a espera do recreio ou milhos de pipoca na panela.
Enquanto passo esse tempo, nesse intervalo quase que de vida, tento viver a minha, sempre uma corrida.
Todos os dias são iguais. Um vício da expectativa, de ao final daquele dia, ele pegar a minha mão e dizer novamente o que se diz por aí de mãos dadas.

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